RESENHA CRÍTICA: UMA NOITE DE CRIME: A FRONTEIRA
Na sequência de terror ‘Uma Noite de Crime: A Fronteira’, todas as regras são quebradas quando os saqueadores de uma seita sem lei decidem que o Expurgo anual não vai acabar ao amanhecer – deve durar para sempre. Depois do sucesso recorde de A Primeira Noite de Crime, de 2018, a infame franquia de terror da Blumhouse se lança em um novo território quando membros de um movimento de resistência secreto, não mais satisfeitos com uma única noite anual de anarquia e assassinato, decidem tomar a América de surpresa com uma campanha interminável de caos e massacre. Ninguém está mais à salvo. Adela (Ana de la Reguera, Army of the Dead: Invasão em Las Vegas) e seu marido Juan (Tenoch Huerta, série Narcos: México) vivem no Texas, onde Juan trabalha para a rica família Tucker em uma de suas fazendas. Juan impressiona o patriarca Tucker, Caleb (Will Patton, Halloween), mas isso só alimenta o ciúme raivoso do filho do fazendeiro, Dylan (Josh Lucas, Ford vs Ferrari).
Na manhã seguinte ao Expurgo, uma gangue mascarada de assassinos ataca a família Tucker - incluindo a esposa de Dylan (Cassidy Freeman, série The Righteous Gemstones, da HBO), e sua irmã (Leven Rambin, Jogos Vorazes), forçando ambas as famílias, e o melhor amigo de Juan, T.T. (Alejandro Edda, Feito na América) a se unirem e revidaram os violentos ataques, enquanto o país se rende ao caos, enquanto a 'América' começa a se desintegrar como nação. ‘Uma Noite de Crime' é sobre classe e exploração, racismo e xenofobia, e também sobre paranóia americana e sede de sangue. Um verdadeiro e inimaginável dia onde pessoas más assumem o controle; a civilização desmorona, e o caos se instala.
"Uma noite de crime: A Fronteira” é uma continuação e expansão da franquia, e se passa perto da fronteira que separa os Estados Unidos do México. O enredo se concentra nos imigrantes mexicanos. O filme logo que começa mostra a travessia, que eu pensei que seria mais difícil, mas não. Eles possuem um túnel que faz com que os mexicanos que querem atravessar para os Estados Unidos, cheguem com tanta facilidade que dá até medo. O casal Adela e Juan, se mudam para escapar da violência dos cartéis de drogas que tomaram conta do seu país natal, apenas para descobrir que as coisas estão tão ruins no USA, de uma maneira diferente. Adela e Juan, um casal que consegue trabalho em uma pequena cidade do Texas - Juan como um cowboy em um rancho, Adela em um frigorífico.
Perguntar por que Adela e Juan precisaram se mudar para os Estados Unidos para descobrir que o país da era do Expurgo é tão suicida quanto atravessar a fronteira pelo muro? ninguém avisou? Noites de purgação acontecem há anos, e a nação tem resistido à aquisição irrevogável por um partido Nativista moderno por tanto tempo. E o país é geralmente uma fossa sangrenta - um lugar onde uma porcentagem significativa de cidadãos é viciada em praticar o ódio, e que a melhor solução que encontraram foi criar uma lei que os permitiriam machucar os outros porque cometer violência os faz sentir-se poderosos, embora, no esquema geral, eles não sejam.
O evento foi criado com o intuito de exterminar livremente as minorias nativas ou naturalizadas, bem como qualquer imigrante que não seja branco. Outras milícias e grupos de gangues querem tolerância semelhantes por suas próprias razões políticas. E, claro, existem vários criminosos e psicopatas que não têm crenças e só querem simplesmente matar.
Escrito e co-produzido pelo criador da série James Demonaco e dirigido pelo cineasta mexicano-americano Everardo Gout , este novo filme (que foi caracterizado como o "capítulo final" da franquia) vai além do que simplesmente mstrar "a América é violenta". Ele ancora sua brutalidade em especificidades políticas recentes, principalmente relacionadas ao muro da fronteira do ex-presidente Donald Trump, à centralização de Trump e ampliação das queixas dos brancos à imigração de pessoas de língua espanhola para os EUA. Mas, no final, o filme recua para "estamos todos juntos nisso, não podemos aprender a viver juntos?"
O ódio pelo estrangeiro, principalmente quem fala espanhol, e usado termos como, "Fale inglês", eles continuam dando ordens a pessoas de pele morena, às vezes enquanto os quarteirões da cidade estão em chamas. O enredo acaba levando a uma mistura de personagens racialmente misturados à tripulação de bombardeiros, incluindo a esposa grávida de Dylan, Cassie, correndo para a fronteira mexicana para escapar da violência americana (uma inversão reconhecidamente inteligente de como essa narrativa normalmente funciona; o Canadá também oferece asilo aos americanos por tempo limitado, desde que venham desarmados, mas pela localização, eles escolhem o México).
O filme é uma caça aos mexicanos e todos que não são originalmente Americanos. A fronteira tem muitos momentos de susto, e olha que eu não fico assustada com filmes de terror, mas era cada susto que… O final mostra uma realidade, ao meu ver, não tão distante. Os Estados Unidos coberto em chamas, ou melhor, em guerra, um caos total. E todo o ódio que eles mesmos criaram por anos, se transformou em uma nação amargurada e cheia de conflitos entre eles. O filme vai além da ilusão. Ele deixa uma mensagem que esse conflito pode se tornar real e que não está longe de acontecer. Claro, não temos um dia específico para sair matando ninguém por aí, mas o ódio e as guerras são tão naturais quanto no filme. Chego a me emocionar com o final de um filme de terror.
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