RESENHA: MULHER MARAVILHA 1984
Um filme com um respiro de 84,
mas que de certa forma passa uma mensagem viva e bem atual. Se você pudesse ter
aquilo que mais deseja, o que você pediria? Será que desejaríamos mais e mais?
Ou já seria suficiente? E se todos pudessem desejar coisas que afetassem toda a
humanidade? Pense nisso. O filme traz essa mensagem e fala sobre como um desejo
por poder e relevância sem merecimento não é válido, sempre vem junto muita
mágoa e solidão.
O Filme traz logo de início uma
lição poderosa, onde a pequena Diana (Gal Gadot) está participando de uma
competição emocionante, com movimentos e saltos poderosos, a pequena heroína escalando
enormes obstáculos, mergulhando de um penhasco, cavalgando a todo vapor por uma
praia paradisíaca. O intuito era vencer a competição de forma limpa e honrosa,
mas Diana acaba se descuidando e batendo em uma árvore, caindo e perdendo seu
cavalo e consequentemente ficando para traz. Com tudo, vendo a possibilidade de
voltar ao primeiro lugar com a ajuda de um atalho, a pequena o pega e chega com
tudo e pensa que vencerá a competição, mas Diana aprende uma lição difícil, mas valiosa, de paciência, diligência e
honestidade, junto com a garantia de sua mãe de que sua hora chegará.
Dessa
cena, somo levados diretamente para a Washington, DC, de 1984, Diana agora
adulta trabalha no departamento de arqueologia do Museu Smithsonian. Mas
nas horas vagas, ela está pela cidade salvando mulheres de seus assediadores,
crianças de serem atropeladas e por aí vai. Sua presença secreta de super-heroína
na cidade é introduzida de forma completa quando ladrões tentam retirar
artefatos antigos de uma joalheria que é uma fachada para traficantes. O
shopping foi escolhido por ser um local de referência para o estilo apresentado
no filme, o ano de 84, retratado por Jenkins traz um visual retrô, cabelos da época
e muitas cores.
Diana
é tão boa que não parece real! Em meio a câmera (que ela chega a destruir) para
que sua identidade permaneça anônima, ela dá um show de movimentos e acrobacias
para acabar com os assaltantes que acabam fazendo uma criança refém.
Mesmo
entendendo que estamos no ano de 84, Diana tem um estilo que vai além da época
e todos os olhos se viram para ela, e até causam inveja na sua mais nova colega
de trabalho, Barbara Minerva (Kristen Wiig), que é apresentada como uma nerd,
que ninguém quer ser amiga e toda desengonçada com seus saltos. Diana a ajuda
em seu primeiro dia de trabalho e logo ganha a sua atenção e olhar de desejo e
inveja por tudo que acha que Daiana tem e é. Barbara
está faminta por uma amizade feminina, mas ainda mais por uma atenção
masculina. Então, quando o malandro Max Lord se apresenta como um
potencial doador do museu, mostrando um interesse incomum por uma pedra não
identificável confiscada do assalto ao shopping, Barbara fica tonta demais com
a distração romântica para perceber que ele é um esquisito.
Há uma razão para Max
querer a pedra, é claro. Seus poderes de realização de desejos influenciam
o lema "ganância é bom" da época, a cultura de "mais",
mesmo que Max ainda mostre um fragmento de humanidade como um pai divorciado
atormentado pela culpa por seu relacionamento de pai desleixado com seu filho
Alistair (Lucian Perez). Mas as recompensas da pedra têm um custo. Isso
se aplica tanto a quem quer que seja concedido um desejo e as consequências de
tantos desejos concedidos, geram uma sequência de desordem política mundial,
ameaças nucleares, o "programa Guerra nas Estrelas" e monopolização
das comunicações por satélite que os personagens se perdem no caos. Seria uma previsão
do futuro sem ordem? Eu diria que sim.
Um grande caos toma conta
da cidade e do mundo inteiro. Mas quem pode reverter essa loucura? Só a mulher
maravilha que a essa altura tem que lutar contra a sua ‘amiga’ Barbara que
deixou de ser aquela mulher boba e se tornou uma grande vilã, até mais do que Max.
O desenrolar do filme vai bem, mas deixa algumas partes duvidosas sobre uma
continuação, pois não sei se a Barbara realmente se arrependeu e desfez o seu desejo,
mas isso ficou aberto e na minha cabeça.
ALERTA SPOILER!!!
Todos querem saber como a grande paixão de Diana, Steve Trevor (Chris)
morre e volta no atual filme? Será uma memória? Ele está vivo? O que aconteceu?
Bom, logo
no início do filme quando Diana está conversando sobre a pedra com Barbara, sobre
ela realizar desejos, ela sem
querer faz um, mas não acredita que ele seria realizado e assim, seu grande
amor volta no corpo de um outro homem e ele só desaparece quando ela desfaz o
pedido para um bem maior.
O que o filme nos mostra como lição? Não importa o quanto nós temos ou somos poderosos, a ganancia pode nos matar e só a verdade e a honestidade nos faz um herói. Todos nós temos falhas. Ninguém é perfeito!!!! Até a pessoa mais poderosa e rica do mundo tem um desejo que não é possível ser atendido. Você não pode desejar uma coisa que você não se esforçou para ter e isso não será honroso para você. O filme me fez ter lágrimas nos olhos em vários momentos, acho que além das cenas, a trilha sonora foi um ponto forte do filme. A orquestra tocando logo no início foi incrível.
Mesmo Max sendo um vilão ganancioso em busca de ser o melhor, o número 1. Sua história é mostrada de forma resumida, em meio a um flashback dele. O vilão vivia em um lar abusivo, via sua mãe ser maltratada e seu pai ser um péssimo exemplo de como ser um verdadeiro pai, herói. Além disso, ele sofria na escola, sofria para ser reconhecido e aplaudido por suas vitórias que nunca chegaram e isso tudo desencadeou um ódio e um querer vencer da forma mais fácil e que acabou mostrando a ele que não vale a pena.
Mulher Maravilha 1984 é um filme forte, com uma mensagem de luta, amor
ao próximo e garra em meio as coisas fáceis que nos prometem no dia a dia. O
filme tem uma linguagem vibrante, um texto de motivação e fé na humanidade no
meio ao caos. Por mais que ainda não estivéssemos vivendo uma pandemia quando o
filme foi gravado, o tema abordado vem como uma bomba nos dias de hoje. Será
que eu quero um mundo em guerra, com pessoas descontroladas e que não respeitam
os outros? Essa é a verdadeira paz que eu quero?
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