Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” quebra expectativas e mostra que o retrô também pode emocionar
Mesmo quem prefere heróis em cenários modernos e cheios de tecnologia pode se surpreender com a força estética e emocional do novo reboot da Marvel.
"Quarteto Fantástico: Primeiros Passos me fez entender que, para cada avanço tecnológico, antes foram necessários os primeiros passos — mesmo que eles tenham começado lá nos tempos da caverna."
Vou confessar: é difícil eu gostar de um filme com estilo retrô. Por várias questões estéticas, costumo preferir produções de super-heróis com bastante tecnologia, modernidade e aquela vibe futurista que empolga. Mas Quarteto Fantástico: Primeiros Passos me surpreendeu de forma positiva e inesperada. O filme me fez perceber que, antes de cada inovação tecnológica que vemos nas grandes sagas de heróis, existiram os primeiros passos e muitos deles nasceram em contextos bem menos tecnológicos. Mesmo com o visual retrô e uma atmosfera mais “analógica”, o longa tem seu valor. A escolha estética funciona como um convite à nostalgia, e a fotografia mais escura, somada à direção de arte cuidadosa, acabou me conquistando.
Outro ponto que me chamou atenção foi a forma como a história é apresentada: sem perder tempo com a origem dos poderes. O público não é levado por toda aquela jornada de descoberta novamente. Em vez disso, o filme entrega um resumo logo no início, que funciona bem e já insere o espectador no contexto da nova formação do Quarteto. O roteiro também explora com sensibilidade a construção da família em meio às missões heroicas. Reed Richards e Sue Storm vivem o desafio de uma gravidez em um mundo dominado por superpoderes, enquanto Johnny Storm e Ben Grimm funcionam como irmãos opostos, porém inseparáveis. O filme acerta ao trazer essa camada emocional, que humaniza os personagens e os aproxima do público.
Visualmente, a produção impressiona. Com um estilo retrô-futurista e referências elegantes aos anos 60, o design de produção consegue equilibrar o charme do passado com uma pitada de modernidade. O grande vilão da vez é ninguém menos que Galactus, o devorador de mundos, acompanhado de Shalla-Bal (Julia Garner), uma versão feminina do Surfista Prateado. Essa escolha traz uma dinâmica nova, principalmente nas cenas em que ela contracena com Johnny Storm. O filme entrega humor, emoção e ação na medida certa e o melhor: sem exigir que o público esteja 100% atualizado com todos os outros filmes do MCU.
Mais do que uma história de superpoderes, Primeiros Passos constrói uma narrativa em que o conceito de família está no centro de tudo. Não se trata apenas de salvar o mundo, mas de proteger uns aos outros, enfrentar o desconhecido juntos e encontrar força nos vínculos mais profundos mesmo quando esses laços são testados por circunstâncias extraordinárias.
O longa reforça que família não é apenas quem compartilha o mesmo sangue, mas quem caminha junto diante do perigo. A gravidez de Sue levanta questões sobre o impacto da radiação cósmica no bebê, enquanto Johnny e Ben ilustram como a convivência e o afeto constroem irmandades verdadeiras. E, ao enfrentar Galactus uma ameaça que literalmente consome planetas , a metáfora fica clara: nosso planeta é frágil, e protegê-lo exige união.
O filme consegue ir além do espetáculo visual ao tratar de temas como pertencimento, cuidado e responsabilidade coletiva. No fim das contas, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos nos lembra que proteger o mundo começa com proteger quem está ao nosso lado. Saí da sessão com a sensação de que o estilo retrô não só serviu à narrativa, como foi essencial para dar uma nova identidade ao grupo. E isso, vindo de alguém que normalmente torceria o nariz para esse tipo de estética, diz muita coisa.
As duas cenas pós-créditos: o que esperar depois do fim oficial do filme?
Como é de praxe no Universo Marvel, o filme vem acompanhado de duas cenas pós-créditos. Ambas têm propósitos diferentes, mas complementam bem a experiência final.
1ª Cena pós-créditos – A ameaça está lançada
Logo após o término do filme, temos um momento calmo, quase íntimo: Sue Storm está lendo para seu filho recém-nascido, Franklin. Ela se ausenta por um instante e, ao retornar, encontra uma figura encapuzada ao lado do bebê. Não precisamos de muitas pistas: é Doutor Destino, segurando sua máscara.
Mesmo sem mostrar o rosto, a tensão é palpável. Essa cena não apenas marca a introdução do vilão mais emblemático do Quarteto, como também prepara o terreno para o próximo grande evento do MCU: Avengers: Doomsday.
2ª Cena pós-créditos – Um alívio cômico
A segunda cena tem um tom completamente diferente. Leve e divertida, serve como fan service para quem ficou até o fim da sessão. Não traz revelações importantes, mas funciona como um bom respiro final, mantendo o bom humor da franquia.
Vale a pena esperar?
Sim. A primeira cena é praticamente obrigatória para quem acompanha o MCU e quer entender os próximos passos da narrativa. Já a segunda é um bônus simpático, que fecha a experiência com leveza.
Se Quarteto Fantástico: Primeiros Passos veio para reposicionar a equipe no centro do universo Marvel, essas cenas pós-créditos deixam claro: o futuro já está em movimento e promete ser grandioso.
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